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Contato: Ronivon Silva

O laticínio Bemposta pertence ao Ronivon Silva, é um laticínio de pequeno porte que fica localizado na sede do distrito de mesmo nome, município de Três Rios, a 50 km de Itaipava.

O distrito tem esse nome por conta da Fazenda Bemposta, que durante muitos anos era dona do Laticínio Normandia e empregava um grande número de pessoas daquela região. O pai do Ronivon veio de Santa Margarida-MG quando Ronivon era pequeno para coordenar os trabalhos nesse laticínio, pois tinha experiência nessa atividade. Ao crescer, Ronivon passou a trabalhar com o pai. Quando o dono da fazenda morreu, os herdeiros não quiseram dar continuidade ao negócio. O Laticinio Normandia foi fechado e as terras de pastagem arrendadas.

Ronivon e o pai, desempregados (assim como outros funcionários da fazenda), montaram então o Laticínio Bemposta, comprando leite de produtores da região, incluindo alguns que arrendaram terras da fazenda. Após a morte do pai, Ronivon deu continuidade aos trabalhos. Atualmente  processa cerca de 400 l por dia de leite (1,2 mil litros por mês). O laticínio produz em pequena escala uma boa variedade de produtos: queijo frescal, queijo meia-cura, mussarelinha, mussarela cacio cavalo, requeijão cremoso, queijo provolone, coalhada, ricota. Todos os produtos são feitos com cuidado e são muito gostosos.

O laticínio compra leite de cerca de 13 produtores, sendo 10 bem pequenos, que vendem todo o seu leite ao Ronivon e que produzem menos de 50 litros por dia (alguns produzem 10 a 20 litros). Estes produtores não teriam outra alternativa, dado que os laticínios maiores não têm interesse em buscar pequenas quantidades. Outros 3 produtores são pequenos fazendeiros, que vendem a laticínios maiores e também ao Ronivon. Ele paga a todos pelo litro de leite o mesmo que os laticínios maiores que compram na região. Há uma relação de respeito, confiança e compromisso entre Ronivon e os produtores, o que não é comum nos mercados de leite.

Os produtores que fornecem ao Ronivon não são orgânicos, mas a Rede Ecológica optou por inserí-los mesmo assim, por serem produtores muito próximos, terem um arranjo produtivo local que os mantém no campo, e porque pequenos processadores de leite como o Ronivon estão em vias de desaparecimento. Ao mesmo tempo, a Rede irá apoiá-los na  busca de alternativas de transição para a agroecologia. As principais preocupações da Rede Ecológica com relação à produção de leite, do ponto de vista da saúde são: o uso de rações transgênicas (soja e milho), o uso de carrapaticidas e bernicidas, o uso de antibióticos (em especial para mamite, infecção nas tetas das vacas) e o uso de hormônios na ordenha (ocitocina). Em geral, o uso destes produtos tende a ser maior em produtores maiores, com vacas de raças de alta produtividade. Os pequenos produtores que fornecem para o Ronivon naturalmente já praticam um manejo não muito afastado dos princípios da agroecologia, mas é preciso melhorá-lo e fazer um acompanhamento.  Todos eles vacinam o gado, o que é conferido pela fiscalização. E o Ronivon testa a qualidade de todo leite antes de processar, a produção de pequena escala permite um maior controle do leite utilizado. Como tudo é produzido de forma artesanal, sem os artifícios da indústria, se o leite não for bom não vira queijo, manteiga, etc.

Ronivon gosta do que faz, tem orgulho de produzir laticínios e de dar continuidade ao trabalho do pai, e procura sempre aprimorar seus produtos. Talvez por isso eles sejam tão bons! A entrada de seus laticínios na Rede Ecológica representa para ele um aumento significativo da venda direta ao consumidor (ele fornece há quatro anos para o antigo núcleo Itaipava, hoje Sumá), mas tem também um significado mais importante que é a maior inserção num outro tipo de mercado, baseado na relação solidária e na valorização da qualidade de seus produtos.

 

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